Da Visão à Execução: O que a Liderança do Capitão Ibrahim Traoré nos Ensina sobre a Construção da Nação como um Projeto
- Giana Lawrence-Primus
- 13 de set.
- 5 min de leitura
Não importa se você está executando um projeto ou reconstruindo uma nação, o sucesso não é possível sem confiança.
Uma perspectiva pessoal sobre liderança global
Antes de me tornar coach e consultora em gestão de projetos, trabalhei como profissional de desenvolvimento global. Minha experiência em relações internacionais e administração pública moldou minha visão de mundo e abordagem de trabalho.
Portanto, quando escrevo sobre Burkina Faso hoje, não o faço levianamente. Durante anos, acompanhei esta nação da África Ocidental, particularmente sua instabilidade política, seus inúmeros golpes de Estado e seus períodos de agitação civil. Como muitos observadores da política internacional, inicialmente descartei cada nova perturbação como parte de um ciclo repetitivo.
Mas algo mudou com a promoção do capitão Ibrahim Traoré.
Com apenas 34 anos, Traoré assumiu a liderança com uma visão ousada para Burkina Faso, centrada na autodeterminação, soberania e transformação. E enquanto eu observava seus discursos, sua estratégia e suas primeiras reformas tomando forma, não pude deixar de perceber uma conexão clara e convincente:
A construção da nação é o maior desafio na gestão de projetos.
E o Capitão Traoré? Ela nos mostra como é liderar por meio de visão, estratégia e confiança relacional.
Os Três Pilares: Construção Nacional sob a Perspectiva da Gestão de Projetos
No meu trabalho, ensino uma Estrutura de Sucesso na Entrega de Projetos de três etapas: Descoberta → Planejamento → Execução, projetada para trazer clareza, estrutura e alinhamento a cada iniciativa. Mas, por trás dessa estrutura, existem três valores que definem o que significa liderar uma transformação bem-sucedida:
Liderança relacional
Resultados transformacionais
Entregando valor
Esses são os mesmos princípios que orientam qualquer projeto significativo e estão no cerne do que o Capitão Traoré está tentando alcançar em Burkina Faso.
Vamos desvendá-los juntos.
1. Relacional: Não se pode construir uma nação sem o seu povo
Não importa se você está executando um projeto ou reconstruindo uma nação, o sucesso não é possível sem confiança.
A gestão de projetos é uma iniciativa centrada no ser humano. Assim como a construção de uma nação.
Em essência, ambas as disciplinas exigem:
Envolvimento das partes interessadas em todos os níveis
Uma compreensão clara de funções, objetivos e expectativas.
A capacidade de alinhar equipes de diferentes divisões, regiões geográficas e crenças.
Confiança mútua entre líderes e cidadãos
Os discursos de Traoré focam consistentemente no povo burquinense: sua dignidade, sua força e sua responsabilidade pelo futuro de Burkina Faso. Esse estilo de liderança relacional reflete a liderança servidora na gestão de projetos: ouvir primeiro, empoderar os outros e construir a partir de dentro.
Seja na execução de projetos ou na construção da nação, os relacionamentos não são secundários: são fundamentais.
2. Transformacional: Liderança que desafia o status quo
A gestão de projetos não é apenas tática, é transformadora. Exige que os líderes reimaginem o possível, resolvam os problemas de raiz e apoiem as pessoas durante a mudança.
O mesmo vale para a construção da nação.
Sob a liderança de Traoré, Burkina Faso:
Ele expulsou as tropas francesas e reavaliou sua política externa.
Controle afirmado sobre os recursos naturais
Investiu em infraestrutura local, incluindo estradas, educação e agricultura.
Reformulou a narrativa nacional em direção à soberania e ao orgulho
Transformação nunca se resume a políticas. Trata-se de mentalidade, identidade e propósito. Projeto
Tanto os líderes quanto os construtores da nação devem inspirar as pessoas a acreditar em uma nova possibilidade e então orientá-las no trabalho árduo de torná-la realidade.
3. Valor entregue: Valor público que pode ser visto e sentido
Um dos maiores mitos em gestão de projetos é que o valor só é percebido ao final do projeto. Na realidade, o valor pode — e deve — ser gerado em todas as etapas.
Da mesma forma, a construção da nação envolve a geração de valor público, tanto tangível quanto intangível.
O valor tangível inclui:
Cuidados de saúde acessíveis
Infraestrutura melhorada
Empregos qualificados e desenvolvimento da força de trabalho
Aumento da produção agrícola
Acesso e equidade educacional
Segurança pública e proteção
O valor intangível inclui:
Orgulho e identidade nacional
Um senso de propriedade e agência
Confiança na liderança e no processo
Coesão social e esperança
Burkina Faso está começando a ver ambos.
Estudo de caso: Tomates, mulheres e a possibilidade de desenvolvimento local
A gestão de projetos é uma iniciativa centrada no ser humano. Assim como a construção de uma nação.
O que aconteceria se Burkina Faso investisse pesadamente na revitalização de sua indústria de tomate, não apenas por meio de infraestrutura ou cadeias de suprimentos, mas por meio da liderança de mulheres agricultoras?
E se as mulheres tivessem treinamento, recursos e acesso aos mercados para que pudessem administrar cooperativas agrícolas, organizar a produção local e ajudar a moldar o fluxo de mercadorias das fazendas para as fábricas de processamento?
E se os tomates não fossem exportados crus (ou pior, deixados para estragar), mas fossem processados localmente em pasta e conservados de maneiras que agregassem valor, reduzissem o desperdício e mantivessem os lucros nas mãos da comunidade?
O impacto potencial é profundo.
Em termos relacionais , as mulheres ganhariam mais do que renda: elas ganhariam redes, confiança e voz. Sua liderança poderia fortalecer os laços entre comunidades, governos locais e produtores. Elas seriam vistas não apenas como trabalhadoras, mas também como tomadoras de decisão.
De forma transformadora , o empoderamento das mulheres na agricultura transformaria a dinâmica familiar e o desenvolvimento comunitário. Inúmeros estudos internacionais sobre desenvolvimento, incluindo meus próprios trabalhos anteriores, demonstraram que, quando as mulheres ganham renda, tendem a reinvestir mais em suas famílias: alimentação, educação, saúde e estabilidade a longo prazo. Isso cria um efeito cascata intergeracional.
O valor proporcionado se traduziria em famílias com mais alimentos, crianças frequentando a escola por mais tempo e comunidades se tornando mais autossuficientes. O valor não reside apenas na pasta de tomate, mas na transformação das economias familiares, na igualdade de gênero e na resiliência local.
Este é o poder de projetar projetos locais com uma liderança centrada no ser humano. Não é exagero. É uma oportunidade estratégica esperando para ser aproveitada.
Liderança em Foco: Uma Combinação de Liderança Transformacional e Servidora
O capitão Traoré lidera com uma rara combinação de visão e humildade.
É transformador e está reinventando o que Burkina Faso pode ser.
Ele é um líder servidor, que se concentra nas necessidades e na sabedoria das pessoas.
Ele é um pensador sistêmico que alinha os militares, os partidos políticos e a sociedade civil em direção a um objetivo comum.
E, ao fazê-lo, nos lembra: a gestão de projetos não é só para empresas. É uma ferramenta para a soberania.
Conclusão: Quando a gestão de projetos cumpre seu propósito
Como alguém cuja carreira conecta gerenciamento de projetos e desenvolvimento global, vejo Burkina Faso não apenas como uma história de agitação, mas como um estudo de caso de possibilidades.
O que o Capitão Traoré está construindo não é apenas infraestrutura. É confiança, alinhamento, transformação e valor: os resultados fundamentais de qualquer projeto bem conduzido.
Se você é um líder de projeto, tome nota: suas habilidades vão muito além de um gráfico de Gantt. Se você é um cidadão observando à distância: lembre-se de que liderança — a verdadeira liderança — é relacional e focada em resultados.
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Nota do autor
Giana Lawrence-Primus é consultora global de gestão de projetos, educadora e fundadora do Project Manager Lab. Com experiência em desenvolvimento internacional e paixão por sistemas centrados em pessoas e orientados a resultados, ela ajuda líderes e organizações a entregar um trabalho claro, impactante e profundamente humano.
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